Anatomia e cinemática da articulação FemoroPatelar (movimento patelar)

A patela atua como um suporte dinâmico de alavanca transmitindo as forças geradas pelo aparelho extensor através do joelho e provém mais de 50% de aumento na força de extensão comparada com a força pós-patelectomia.

Durante a marcha normal, a força de reação medida durante o movimento patelar é de 0,5 a uma vez o peso corporal. Esta força aumenta para três a quatro vezes o peso corporal ao subir escadas e mais de oito vezes com a hiperflexão do joelho.

Estas forças são distribuídas através de uma relativa e pequena área de contato numa patela normal.

A patela se localiza na frente do fêmur e desliza ao longo deste osso durante o movimento patelar em uma estrutura chamada sulco troclear. A patela deslizando ao longo da fossa é frequentemente explicado como um trem (a patela) deslizando ao longo dos trilhos (sulco troclear ou fossa intercondilar).

À medida em que descemos em um agachamento (ou descemos escadas, etc.) a patela se encaixa na fossa intercondilar (trilho) e desliza para baixo no fêmur. Quando estendemos o joelho (na subida do agachamento) a patela desliza para cima sobre a fossa. Quando o médico fala a respeito de movimento patelar (tracking), ele está discutindo esse fenômeno.

A articulação patelofemoral tem sua mecânica influenciada pelo músculo quadríceps, e algumas formas estruturais de cada indivíduo como restrição do tecido mole e biomecânica do quadril e pé. Para permitir que o tendão do quadríceps curse normalmente, a patela tem a função de aumentar a distância dos eixos articulares e assim proteger o joelho anteriormente, contando ainda que a patela deslize na cavidade troclear em um movimento homogêneo auxiliando o sistema de alavancas do quadríceps.

Na extensão, a patela se coloca afastada e acima da cavidade troclear e esta posição se medializa, pois na máxima extensão, a tíbia rodou externamente em função do valgo fisiológico do joelho. No momento que a articulação do joelho é flexionada, a superfície articular da patela entra em contato com a cavidade troclear com aumento da pressão lateral em virtude da tensão das estruturas laterais. Assim, a pressão da patela é gerada lateralmente durante a flexão, e durante a extensão, há um aumento na pressão medial.

 

encaixe da patela no movimento patelar

 

A condromalácia patelar

A condromalácia patelar (ou condropatia) é uma doença de evolução, em sua maioria, lenta. Muitas vezes o joelho incha sem a pessoa sentir dores.

A condromalácia é o amolecimento e degeneração da cartilagem da patela, podendo variar entre seu amolecimento até uma lesão aguda, causando fissuras e provocando desconforto e dores, atingindo toda a espessura da cartilagem da patela.

 

Quais são suas principais causas?

• Hiperpressão entre a patela e o fêmur durante o movimento de flexo-extensão do joelho;
• Traumatismo crônico: pancadas ou traumas repetitivos, como a realização de chutes repetidos com o joelho.
• Alterações no “tracking” patelar.

 

Principais sintomas da doença

‣  Dor anterior ou posterior no joelho, sendo a anterior a mais comum;
‣  Dor durante uma corrida, ao descer ou subir escadas e ao ficar muito tempo sentado com os joelhos dobrados;
‣  Inchaço abaixo da rótula (patela) do joelho.

 

Formas de tratamento

1. Não cirúrgico: visa a melhora da dor e evolução da doença.

Fisioterapia: Auxilia no fortalecimento dos músculos fracos para reequilibrar biomecanicamente o joelho. É especialmente importante reforçar o músculo vasto medial, glúteos e rotadores externos do quadril para equilibrar as forças atuantes sobre a patela.
Controle do peso corporal: como a patela funciona transmitindo forças, ela potencializa o peso corporal, sendo que cada Kg aumenta em 3x as forças transmitidas pela patela.
Viscossuplementação: Visa o alívio dos sintomas e melhora da qualidade da cartilagem, controlando o progresso da doença, através da infiltração de ácido hialurônico.

 

2. Cirúrgico: é raro e indicado somente quando há falha no tratamento conservador – de exceção.

– Reestabelecer a uniformidade da superfície articular,
– Tratar a reação inflamatória da membrana chamada sinovial,
– Remover as lesões degeneradas,
– Realizar o realinhamento patelar (caso necessário).

 

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