A fratura da espinha tibial em idade pediátrica é uma lesão rara, equivalente à rotura do ligamento cruzado anterior no adulto, que, dependendo da classificação, poderá necessitar de tratamento cirúrgico.

Os termos eminência tibial e espinha tibial são usados como sinônimos, mas, na verdade, eminência tibial refere-se à porção interarticular dos planaltos tibiais. Essa eminência consiste de duas espinhas ósseas ou tuberosidades: a medial, que recebe a inserção do ligamento cruzado anterior (LCA) e a lateral, que não recebe inserções ligamentares em seu ápice.

As fraturas da espinha da tíbia são uma lesão rara – estima-se que ocorra em 3 casos por cada 100.000 crianças em cada ano.

As fraturas da eminência intercondiliana são muito mais raras no adulto do que na criança e no adolescente e são também graves, por causa das complicações, tais como limitação da extensão e instabilidade ligamentar crônica.

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Fratura da espinha tibial

Mecanismo de lesão e causas

O mecanismo de lesão da fratura da espinha tibial mais importante e mais frequente é um trauma com o pé fixo, joelho em extensão e rotação externa da perna

A causa mais frequentemente descrito é a queda de bicicleta e o mecanismo fisiopatológico deve-se a um movimento de valgo forçado e rotação externa da tíbia.

Sinais e sintomas da fratura da espinha tibial

Os achados físicos da lesão aguda da fratura da espinha tibial incluem dor, derrame articular (líquido dentro do joelho) associada e relutância em suportar o peso. Os movimentos são limitados devido ao aumento da dor.

Diagnóstico

Radiografias AP e Perfil adequadas são essenciais para avaliar o grau de deslocamento da coluna tibial anterior. A fratura da espinha tibial é melhor visualizada na radiografia lateral.

Um fragmento de cartilagem deslocado da patela ou côndilo femoral pode simular uma fratura da coluna tibial.

Se um estudo de ressonância magnética for feito, uma ruptura parcial concomitante do LCA pode ser observada em alguns casos.

Tratamento da fratura da espinha tibial

Para as fraturas tipo I e II preconiza-se tratamento conservador com imobilização. O tratamento conservador é feito com aspiração da hemartrose e redução em extensão completa e imobilização do joelho até observação da consolidação, que ocorre em média em 12 semanas.

Porém, para as fraturas do tipo II que não reduzem incruentamente, e para as fraturas tipo III e IV, o tratamento é cirúrgico. A abordagem tem de ser cuidadosa para evitar lesões fisárias. O objetivo do tratamento operatório é remover o tecido mole (geralmente o menisco e o coágulo sanguíneo) que está bloqueando a redução e para garantir a melhoria do quadro.

Tratamento da fratura da espinha tibial

A redução por abordagem artroscópica tem tido ótimos resultados, sendo realizado a fixação com parafuso ou sutura. Entre outras vantagens, a artroscopia permite observar uma eventual interposição meniscal no local de fratura, que possa a impedir uma redução anatômica.

A fixação pode ser feita com parafuso ou sutura. Uma sutura não absorvível pode ser tecida através do LCA e pela extremidade distal do fragmento da coluna tibial para fortalecer o reparo. Parafusos também podem ser utilizados para fixar o fragmento solto. Após a redução e a fixação, um gesso é aplicado com o joelho em flexão neutra ou leve por 6-8 semanas.

A redução e fixação destas lesões por via artroscópica é uma excelente alternativa, que permite a obtenção de excelentes resultados funcionais. Com o tratamento adequado, os resultados são muito bons. A não união da fratura é rara.

Referências

  • Fraturas da espinha da tíbia no joelho imaturo: Resultados funcionais após tratamento e nota técnica para uma abordagem artroscópica
  • Fratura da eminência intercondiliana da tíbia Resultado do tratamento cirúrgico em adulto

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