Fratura da patela (rótula)

A rótula, também conhecida por patela, é um osso localizado na parte da frente do joelho. A rótula tem um formato semelhante a um triângulo invertido e possuindo os seus “vértices” arredondados. O tendão do quadricípede insere-se no bordo superior da rótula e o tendão rotuliano tem origem na zona inferior. Estas três estruturas compõem o mecanismo extensor, principal responsável pelo movimento de extensão dos joelhos.

A patela (rótula) é o maior osso sesamóide (tipo de osso que fica dentro de algum tendão) do corpo humano e, também, o que tem a maior espessura de cartilagem na sua superfície articular, podendo chegar a sete milímetros. A patela funciona como uma polia, auxiliando os músculos responsáveis pela extensão do joelho a realizar seus movimentos.

As fraturas da patela (rótula) correspondem a aproximadamente 1% de todas as lesões ósseas do corpo, sendo os acidentes de trânsito e as quedas as causas mais comuns.

fratura da rótula

Diagnóstico

Quando o médico suspeita de uma fratura da patela (rótula), um exame físico cuidadoso deve ser realizado. Um dos aspectos mais importantes avaliados é a capacidade de estender o joelho, já que isso pode influenciar o tratamento da fratura.

Tratamentos para fraturas da rótula

Para as fraturas da rótula com mínimo deslocamento entre os fragmentos, em que o paciente permanece com sua capacidade de estender o joelho preservada, pode ser realizado o tratamento não operatório. Esse tipo de tratamento, baseia-se na imobilização do joelho com órtese (imobilizador de velcro) ou aparelho gessado por aproximadamente 6 semanas.

O paciente pode apoiar o membro acometido no solo para deambular conforme for tolerado por ele. Nesses casos, orientamos realizar exercícios isométricos para o músculo quadríceps da coxa (elevar o membro com o imobilizador) desde a segunda semana do tratamento, para que a perda de força muscular seja reduzida.

Quando o exame físico realizado no paciente e os exames radiográficos mostrarem um avanço importante na consolidação óssea, o imobilizador é retirado e a fisioterapia é iniciada, com objetivo de retorno da amplitude de movimento do joelho e ganho de força muscular.

Tratamento da fratura de rótula sem cirurgia

Nas fraturas que são leves, que podemos chamar de “trinca”, e naquelas em que você não perde a capacidade de estender o joelho, está bem indicado o tratamento sem cirurgia. Nesse tipo de fratura, até 98% dos pacientes se recupera muito bem.

Outra situação em que indicamos o tratamento sem cirurgia é quando o seu osso é muito fraco (chamamos isso de osteoporose) e quando você está muito debilitado para ser submetido à cirurgia.

É necessário usar alguma forma de imobilização do joelho, como uma tala gessada, gesso ou órtese (brace). A imobilização fica no seu joelho por cerca de 6 semanas, que é o tempo normalmente necessário para a cicatrização da patela.

Durante esse período, você deve iniciar, progressivamente, exercícios para recuperar a mobilidade do joelho e a capacidade de suportar o peso do corpo.

Dr. Márcio Silveira: Ortopedista Especialista em Traumatologia Esportiva, Joelho - Adulto e Infantil - e Idoso patela sintese

Como é realizado o Tratamento Cirúrgico da fratura de rótula?

Em outras situações, o tratamento deve ser operatório. Existem diversas técnicas cirúrgicas que podem ser realizadas para o tratamento das fraturas da patela, dependendo, principalmente, do tipo da fratura. Assim, cada caso deve ser avaliado cuidadosamente pelo médico para que o melhor tratamento seja indicado.

A técnica a ser utilizada vai depender dos parâmetros de gravidade e da decisão do médico. Consoante o tipo de fratura da rótula, pode ser necessário mais do que uma cirurgia. Relativamente às principais técnicas utilizadas e materiais, pode-se recorrer a placas, parafusos e fios. Em alguns casos pode ser necessária uma cirurgia em que retiram uma parte ou toda a rótula.

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Referências

  • Fraturas da patela: uma década de tratamento no IOT-HC-FMUSP