Lesões em esportes náuticos

Histórica e estatisticamente, os esportes náuticos produzem mais lesões nos membros inferiorese na coluna vertebral. A exigência e sobrecarga muscular, visando permanecer em equilíbrio sobre o barco ou a prancha leva à fadiga, que faz com que as lesões musculares sejam as mais comuns nos membros inferiores.

Lesões em esportes náuticos

Do ponto de vista ortopédico, a lesão mais temida pelos atletas de esportes náuticos é a entorse do joelho, onde a principal estrutura que atua na estabilização do joelho para movimentos rotacionais está em risco, o Ligamento Cruzado Anterior (LCA). Sem esse ligamento, é praticamente impossível praticar esportes que tenha giro, troca de direção súbita, salto, aterrissagem e desaceleração, que são os chamados movimentos de pivô.

Dentre os diversos esportes náuticos, selecionamos alguns para correlacionarmos os principais tipos lesões no joelho.

Surfe e Windsurfe

No Surfe, a incidência de lesão varia de 2,47 a 6,8 por 1000 dias de prática destes esportes náuticos. A causa mais comum continua sendo os traumas contra a prancha.

Já no Windsurfe as lesões do joelho são as mais frequentes entre as lesões graves deste esporte (30%). Principiantes e intermediários são mais suscetíveis à lesões no joelho, devido ao fato de não conhecerem adequadamente o ponto de fraqueza e vulnerabilidade que o joelho representa entre duas extremidades fixas.

Iatismo

O Iatismo é um esporte com popularidade crescente entre os esportes náuticos no Brasil, principalmente devido ao sucesso dos atletas nacionais em competições ao redor do mundo. A ocorrência de lesões durante a sua prática é comum, pois as ações do velejador no barco são geralmente desconfortáveis, resultando em rotações, hiperextensões, torções e até mesmo bloqueios articulares, além de ações repentinas e esporádicas, expondo os músculos a alto risco de lesão ao executar movimentos explosivos e rápidos.

A incidência de lesões no iatismo é baixa se comparada com a de outros esportes competitivos, apesar da alta demanda física exigida durante as ações sobre o barco. Verificou-se que os atletas profissionais, que possuem maior média de idade e de tempo de prática, foram os mais acometidos por lesões. Em contrapartida, a incidência é menor entre os grupos de crianças e adolescentes. É importante, portanto, que programas de prevenção sejam iniciados desde os primeiros anos de prática, no intuito de reduzir o risco de acometimentos futuros, principalmente de natureza crônica.

Kitesurfe

Cada vez mais popular nas praias do litoral brasileiro entre os esportes náuticos, o Kitesurfe é uma modalidade esportiva recente e sua principal característica é a relação com a intensidade e a direção do vento, possuindo elevado índice de lesões. Pelo fato de terem muitas aterrissagens de saltos, o mesmo vale para o Esqui Aquático e para o Wakeboard.

Estudos demonstraram que a entorse é o tipo de lesão mais frequente, 35,6%. O local mais acometido são os membros inferiores, 50,7% e o agente etiológico que ocasiona a maioria das lesões é a manobra, 57,5%. Durante a prática, o atleta pode desenvolver velocidades de 48 a 64 Km/h e alturas acima de 15 metros, fatores que podem estar diretamente relacionados ao índice de lesões. A incidência é de 7,0 lesões por cada 1000 horas de prática.

Stand-up Paddle

O Stand-up Paddle é febre nacional entre os esportes náuticos. Com cada vez mais adeptos, essa modalidade leva a uma postura frequente em semi-flexo do joelho para permitir o equilíbrio sobre a prancha, aumenta a chance de dor e sobrecarga na região anterior do joelho, por disfunção da articulação patelo-femoral. O tratamento seria exercícios de fortalecimento do quadríceps associado a melhora da flexibilidade da musculatura posterior da coxa e da panturrilha.

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