Síndrome piriforme é a compressão do nervo isquiático pelo músculo piriforme na pelve posterior, causando dor nas região glútea e, ocasionalmente, ciática.
A Síndrome do Piriforme é causada quando o músculo piriforme comprime o nervo ciático, e caracterizada por dor e disfunção relacionada ao músculo piriforme (músculo localizado na região dos glúteos, perto do topo da articulação do quadril). A descrição da dor é usualmente imprecisa podendo afetar a bacia, região sacral, região glútea e irradiar-se para a perna como uma ciática ou apresentar dor nos órgãos genitais relacionadas ao ato sexual, em mulheres.
Causas
Com diversas causas associadas, a Síndrome do Piriforme pode ser originária por variações anatômicas entre as regiões, ou por causas mecânicas como espasmos e edemas. A maior parte dos pacientes com os sintomas dolorosos relacionados à Síndrome do Piriforme tem causa mecânica, geradas por macrotraumas diretos, ou microtraumas como estímulo muscular repetitivo ou por compressão direta quando o paciente permanece muito tempo sentado.
Ainda, estima-se que cerca de 2,5% dos casos de Síndrome do Piriforme advém de lesões desportivas em atletas em treinamentos devido à hipertrofia do músculo piriforme pelo aumento excessivo e brusco de exercícios físicos.
Além das causas mecânicas, a maior incidência da Síndrome do Piriforme em mulheres é explicada pela relação da biomecânica da pélvis feminina, bem como o maior período permanecendo de pernas cruzadas em comparação aos homens.
Tem-se hipotetizado que variações anatômicas no nervo ciático e no músculo piriforme poderiam estar associadas ao surgimento da síndrome do piriforme, tais como: presença de nervo ciático dividido passando através e abaixo do músculo piriforme; nervo ciático dividido passando acima e abaixo do músculo piriforme; ou mesmo um nervo não dividido passando através do músculo. Em adição a variações anatômicas, variações no aspecto e no tendão do músculo piriforme também já foram observados em pacientes com síndrome do piriforme. Nesses casos, fala-se em síndrome do piriforme primária.
á a forma secundária da patologia resulta de isquemia local ou inflamação do nervo ciático, condições frequentemente provocadas por macrotraumas ou um trauma direto ao músculo piriforme, levando à inflamação do tecido mole e espasmo muscular e ao surgimento de um ponto de impacto à medida que o nervo ciático passa por baixo do músculo. Microtraumas também podem causar síndrome do piriforme secundária, e tendem a estar associados ao estímulo muscular repetitivo, como em corredores de longa distância, ou por compressão direta, como no caso de pessoas que passam longas horas do dia sentadas em superfícies rígidas e desconfortáveis.
Sintomas na síndrome do Piriforme:
- Dor lombar
- Dor ou dormência na face posterior da coxa e perna
- Dor relacionada a atividade sexual, dispareunia.
- Dor na bacia
- Intolerância em permanecer sentado, geralmente 15 a 20 minutos.
- Dificuldade para andar
Diagnóstico
Exame físico e teste provocativo
O diagnóstico é por exame físico. Dor com rotação interna total da coxa flexionada (manobra de Freiberg), abdução do membro inferior afetada na posição sentada (manobra de Pace), elevação do joelho vários centímetros fora da mesa, deitar de lado sobre o membro inferior não afetada (manobra de Beatty) ou pressão na região glútea onde o nervo isquiático cruza o músculo piriforme enquanto o paciente lentamente se curva para o chão (teste de Mirkin) é diagnóstico. A imagem não é útil, exceto para descartar outras causas de compressão ciática. A compressão do disco lombar do nervo isquiático (ciático) também pode resultar em irradiação da dor para o membro inferior, abaixo do joelho, e frequentemente está associada com dor lombar. No entanto, a diferenciação do distúrbio de disco lombar pode ser difícil, e o encaminhamento a um especialista pode ser necessário.
O diagnóstico é realizado através da história clínica e do exame físico mas pode ser auxiliado pelos seguintes exames:
- Neurografia por ressonância magnética.
- Eletroneuromiografia.
- Ressonância magnética da bacia.
- Radiografias.
Tratamento
Quando o diagnóstico da síndrome do piriforme é feito de maneira correta, e o tratamento eficaz, o prognóstico será certamente excelente. O alívio da sintomatologia é o principal objetivo para a intervenção, que pode ser conservadora ou intervencionista, sendo o último método de tratamento apenas quando o conservador não surte melhoras.
O tratamento conservador possui alta taxa de sucesso, e inclui a utilização de fármacos, fisioterapia, psicoterapia e repouso, além de técnicas como acupuntura e injeção do músculo piriforme. Tratamentos com base fisioterapêutica envolvem o alongamento do músculo piriforme seguido de pressão aplicada ao músculo, demonstrando sucesso em metade dos casos. Em casos crônicos, exercícios físicos podem ser recomendados caso bem planejados.
Acupuntura e massagem também tem mostrado resultados positivos para o tratamento da SP. A acupuntura tem como objetivo promover normalização funcional do organismo, enquanto a massagem apresenta melhoria dos sintomas por estimular o metabolismo muscular e aumentar a sensibilidade proprioceptiva.
Caso os principais tratamentos conservadores não sejam eficientes para o controle da sintomatologia dolorosa, outras opções são indicadas pelos profissionais de saúde, que envolvem opções de injeção de corticoides ou toxina botulínica no músculo afetado, recomendada por ser tanto uma técnica diagnóstica como terapêutica.
A injeção com toxina botulínica já de demonstrou superior à de lidocaína e esteroides para alívio da dor em trabalhos científicos, uma vez que inibe a liberação de acetilcolina, um neurotransmissor colinérgico, na junção neuromuscular, levando ao relaxamento dos músculos em espasmos. Entretanto, embora eficiente, o alívio geralmente é de curto prazo, podendo ser necessárias diversas aplicações após alguns meses. Tais injeções podem ser feitas às cegas ou com auxílio de imageamento para ocorrer no local exato do ponto da dor.
Perguntas frequentes
O lumbago é a dor que aparece na região lombar, em consequência de uma anomalia ao nível das vértebras, dos ligamentos, dos discos intervertebrais ou dos músculos. Quando essa dor se estende ao músculo da perna – geralmente pela parte posterior -, aparece a chamada “dor ciática”.
Simples mudanças posturais, como manter a coluna sempre ereta e evitar inclinar e torcer o tronco nas atividades do dia a dia e prática regular de atividades físicas podem ajudar a prevenir boa parte das dores na coluna.
- Pontadas;
- Sensação de queimação na coluna;
- Dificuldade para movimentar.
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