Tendinopatia do Aparelho Extensor do Joelho

As lesões dos tendões são bastante frequentes nos esportes porque o estresse e as forças de tensão são centralizadas na parte tendinosa da unidade músculo-tendínea durante a atividade física ou esportiva, aumentando o risco de lesão no tecido tendinoso.

As causas destas tendinopatias são multifatoriais, incluindo fatores intrínsecos e extrínsecos. Os fatores extrínsecos seriam a intensidade de treinamento, superfície de treinamento, equipamento e calçado, erros no treinamento e condições do meio ambiente. Já foi muito bem demonstrado que quando a intensidade e a frequência do treinamento aumenta, a incidência de tendinite patelar também aumenta.

Porém nem todos atletas submetidos a altas cargas de exercícios e treinamentos desenvolvem tendinite patelar ou quadricipital sugerindo que existem fatores intrínsecos para que esta condição apareça. Existem hipóteses que o mau alinhamento patelar, discrepância de MMII, atrofia e falta de flexibilidade muscular.

A falta de flexibilidade do quadríceps e dos músculos flexores do joelho contribuíram para o desenvolvimento de tendinite patelar na população atlética, afirmando que a prevenção desta condição em atletas deve ser centrada no treinamento dos músculos quadríceps e isquiotibiais.

A origem da dor nas tendinopatias normalmente é devida a dois mecanismos. A dor pode resultar da inflamação levando a tendinite ou pode ser causada pela separação das fibras colágenas nas mais severas formas de tendinopatias.

Tendinopatia quadricipital

A tendinopatia quadricipital caracteriza-se pela lesão e inflamação do tendão do quadriceps a nível da sua inserção no aparelho extensor no polo superior da patela, causando dor na região superior do joelho.

Este músculo estende-se da região pélvica e fémur até à rótula e é responsável pela extensão da perna e pelo controlo da flexão durante atividades em carga, como levantar um peso.

Ele está particularmente ativo na corrida em velocidade ou em atividades que envolvam saltos ou pontapés. Durante a contração do quadriceps, é exercida tensão sobre o tendão e, se essa tensão for excessiva, por atividades repetidas ou excessivas, ocorre lesão do tendão à qual se segue inflamação.

Embora possa ocorrer em qualquer idade, é mais comum nos atletas mais idosos.

Tendinopatia patelar

A tendinite patelar, também conhecida por “jumper’s knee” ou joelho do saltador, caracteriza-se por uma dor focal na região infra-patelar do aparelho extensor (abaixo da rótula do joelho) no trajeto do tendão patelar. Possui incidência de cerca de 20% em atletas de salto, incluindo voleibol, basquete, handebol e atletismo, mas pode acometer praticantes de outros esportes como futsal, futebol, corrida e até não esportistas.

Mais comumente observada em adultos jovens, a tendinite patelar está associada à flexibilidade diminuída da musculatura posterior da coxa (isquiotibial) e a movimentos repetitivos de contração extrínseca (o músculo permanece contraído enquanto há alongamento das fibras musculares) do mecanismo extensor do joelho, também conhecido como quadríceps femoral.

Inicialmente, a tendinite patelar se apresenta por dor insidiosa na borda inferior da patela, principalmente após a prática esportiva. Mais tarde a dor pode inclusive aparecer durante a atividade física e em flexão prolongada dos joelhos limitando o desempenho.

Diagnóstico da tendinopatia do aparelho extensor do joelho

Tendinopatia do Aparelho Extensor do Joelho

O diagnóstico da tendinopatia do aparelho extensor se faz basicamente através de boa história e exame clínico. Radiografias simples geralmente são normais, mas fazem parte do exames complementares para diagnóstico. Ultrassonografia é o exame mais utilizado para confirmação diagnóstica enquanto a ressonância magnética é indicada para casos crônicos, reincidentes ou para planejamento de tratamento cirúrgico se este for o caso.

Tratamento depende da gravidade da tendinopatia do aparelho extensor

Na maioria dos casos de tendinopatia do aparelho extensor são obtidos bons resultados com tratamento conservador. Este inclui crioterapia, repouso relativo de acordo com a dor, modificação de intensidade e tipo de atividade física. A reabilitação se dá através de fisioterapia. Uma orientação importante aos pacientes é a de sempre se lembrar do alongamento pré e pós atividade física e esportiva. Em especial para tendinite patelar é fundamental o alongamento do quadríceps femoral (anterior da coxa) e da musculatura flexora que fica na porção posterior da coxa.

Nos casos mais graves, crônicos e reincidentes, o tratamento cirúrgico pode ser indicado. No entanto, vale ressaltar que cada caso deve ser avaliado e tratado individualmente e que independente do grau procure um especialista para receber assistência adequada, maximizando as chances de bons resultados no tratamento da tendinite patelar.

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