Dr. Márcio Silveira: Ortopedista Especialista em Traumatologia Esportiva, Joelho – Adulto e Infantil – e Idoso

Músculo grande dorsal e o quadril – relação com a postura e marcha

O músculo grande dorsal ou Latíssimo do Dorso aduz o úmero no plano frontal, estende o braço no plano sagital e roda internamento o úmero no plano transverso.

Importância da musculatura do eixo axial >

Só que avaliando dinamicamente, a perspectiva muda:

– Usemos o braço direito como referência no exemplo do que acontece durante o ciclo da marcha: O ombro direito e o quadril esquerdo flexionam quando o calcanhar esquerdo atinge o solo. Da mesma forma, o ombro esquerdo e o quadril direito estão estendidos. Esta ação “carrega” poderosamente os abdominais e quadris no plano transverso. Neste cenário, o grande dorsal está carregado excentricamente e desacelera o ombro no lado direito.

– Considerando um movimento como um arremesso, o grande dorsal irá assistir na desaceleração do braço no movimento acima da cabeça do arremesso, então age para desacelerar o braço quando ele entra em rotação interna durante a fase de liberação da bola. É nesta fase de liberação da bola, que o grande dorsal é altamente recrutado e precisa trabalhar sinergisticamente com o quadril oposto através da fáscia toracolombar, inserindo no complexo glúteo para controlar o movimento do braço.

Dr. Márcio Silveira: Ortopedista Especialista em Traumatologia Esportiva, Joelho - Adulto e Infantil - e Idoso posterior oblique gluteo latissimo

Esta conexão fascial (mencionada anteriormente) forma o Fator-X posterior das Vias Expressas de Flexibilidade.

(N.T: Em inglês: X-Factor, chamado assim por Chuck Wolf em virtude da conexão cruzada do grande dorsal com o glúteo máximo do lado oposto, formando um X. As conexões de fáscias e músculos, Chuck chama de Vias Expressas de Flexibilidade, similar a muitos conceitos desse tipo, com muitos nomes diferentes, como o conceito de Thomas Myers ao qual ele chama de Trilhos Anatômicos. Apesar de muitos nomes diferentes, o ponto em comum é: as inúmeras conexões fasciais do corpo humano).

Esta ação demonstra a necessidade do grande dorsal e dos quadris serem sinergicamente móveis para reduzir o estresse sobre a coluna lombar. O grande dorsal é a única estrutura muscular do corpo que conecta o quadril ao ombro (do lado oposto), e tem uma forte implicação sobre a postura, a marcha e atividades funcionais.

Uma análise da marcha e postura podem detectar o problema >

Trabalhar o equilíbrio muscular entre os lados opostos é fundamental no dia a dia, para a marcha, como para os esportes. O pilates auxilia bastante neste caso.

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Exercícios para equilibrar a musculatura lombar >
Problemas ao trabalhar muito tempo sentado >

Dores no pé, perna, joelho e quadril: vamos identificar a causa?

As forças de carga são distribuídas pelo corpo através da Linha Espiral que dá a volta no corpo em uma hélice dupla, juntando cada lado do crânio, passando pela parte superior do dorso até o ombro do lado oposto, em seguida pelas costelas, cruzando-se na frente do corpo na altura da cicatriz umbilical e unindo-se ao quadril. A partir do quadril, a Linha Espiral desce como uma “correia” ao longo da parte anterolateral da coxa e da perna até o arco longitudinal medial, passando sob o pé e subindo ao longo da parte posterior externa da perna até o ísquio, passando dentro da fáscia do eretor e terminando muito próximo de onde se iniciou no crânio.

Os trechos miofasciais dessa linha espiral são: Esplênios da cabeça e cervical, rombóides maior e menor, serrátil anterior, oblíquo externo do abdome, aponeurose abdominal-linha alba, tensor da fáscia lata-trato iliotibial, tibial anterior, fibular longo, bíceps femoral, ligamento sacrotuberoso, fáscia lombossacra-eretor da coluna.

Nosso corpo está conectado como um todo.

Dr. Márcio Silveira: Ortopedista Especialista em Traumatologia Esportiva, Joelho - Adulto e Infantil - e Idoso linha espiral 1 306x540 1

Causas na perna do mesmo lado

Na perna do mesmo lado os suspeitos são as disfunções que permitem excessiva pronação ou previnem a supinação da articulação subtalar.

1. Falta de Dorsiflexão no Tornozelo: Movimento insuficiente do corpo sobre o pé no plano sagital leva a uma deficiência de carga excêntrica na panturrilha no plano sagital.

A falta de carga excêntrica faz com que a supinação “econcêntrica” da articulação subtalar não seja efetiva.

(N.T: Econcêntrica é um termo usado pelo pessoal do Gray Institute, uma contração que ao mesmo tempo é concêntrica em um plano e excêntrica em outro plano de movimento. Ou concêntrica em uma articulação e excêntrica em outra. EX: Isquiotibiais, que estão em uma contração excêntrica no quadril e concêntrica no joelho. Como a velocista na imagem abaixo. Também pode haver o caso de algumas fibras em um tipo de contração e outras fibras em outro, como muitas vezes acontece com os oblíquos interno e externo do abdome).

2. Rigidez do Grupo da Panturrilha: À medida que o corpo se move sobre o pé ocorre dorsiflexão do tornozelo e da articulação mediotársica.

Normalmente a supinação reduz a dorsiflexão na mediotársica, mas se o tornozelo não tem dorsiflexão suficiente, então a subtalar pode permanecer pronada a fim de manter a dorsiflexão mediotársica disponível para o corpo.

3. Fraqueza dos Músculos Posterolaterais do Quadril: Quando a articulação subtalar entra em pronação, a extremidade inferior inteira participa em uma Cadeia de Reação triplanar que inclui adução e rotação interna do quadril.

Se os movimentos de aterrissagem da cadeia de reação não são desacelerados, a articulação subtalar pode sofrer pronação excessiva, fazendo com que seja difícil de obter supinação suficiente para a propulsão.

Causas na perna do lado oposto

Na perna do lado oposto os suspeitos são condições que previnem a carga apropriada fornecida pela perna de trás, ou que limitam a propulsão daquela perna.

A propulsão efetiva ocorre quando a pelve roda em direção à perna da frente. A rotação pélvica faz com que a perna da frente faça rotação externa, assistindo à supinação da articulação subtalar através de um de cima para baixo.

1. Falta de Dorsiflexão do Tornozelo ou Rigidez do Grupo da Panturrilha: A dorsiflexão insuficiente limita a carga excêntrica dos músculos da panturrilha e inibe a extensão do quadril. Quando a carga excêntrica antes do calcanhar sair do solo é insuficiente, a propulsão será ineficaz.

2. Extensão Limitada do Quadril: A maior parte da potência para a propulsão vem dos músculos flexores do quadril. Esses músculos receberão uma carga excêntrica através do movimento de extensão (e rotação interna) do quadril. Sem uma boa carga excêntrica do quadril, a propulsão será menor do que a ideal e a rotação da pelve em direção à perna de aterrissagem será reduzida.

3. Dor ou Limitação na Extensão do Hálux: À medida que o calcanhar se eleva em resposta aos movimentos articulares e contrações musculares da propulsão, o hálux entra em extensão (dorsiflexão do hálux), Se essa extensão é limitada, a potência da propulsão será “amortecida” e a rotação da pelve reduzida.

Centro / Esqueleto Axial

Na caminhada, e especialmente na corrida, as capacidades funcionais dos músculos posterolaterais do quadril da perna de aterrissagem dependem de uma pelve móvel, mas ao mesmo tempo estável.

Se os músculos do centro (da frente e de trás) não são alongados e carregados excentricamente, a pelve não terá mobilidade/estabilidade, resultando em “fraqueza” funcional dos músculos do quadril do mesmo lado.

1. Perda do Movimento Articular de Rotação Torácica: Movimento insuficiente da torácica, em qualquer um dos 3 planos, pode resultar em uma carga excêntrica ineficiente para os músculos do core. Sem isso a mobilidade/estabilidade pélvica é quase impossível.

2. Fraqueza dos Músculos Abdominais: Se o movimento da coluna torácica está disponível ele precisa ser desacelerado pelos abdominais. Então a energia da desaceleração precisa ser transformada em um movimento concêntrico que produz força.

A falha dos abdominais em desacelerar e/ou acelerar o tronco e a pelve irá afetar negativamente a potência do quadril.

3. Fadiga / Rigidez do Trapézio Superior: Na medida em que o tronco se move nos 3 planos de movimento, criando carga excêntrica e contração concêntrica dos músculos do centro a coluna cervical está na realidade experenciando movimento articular.

Com a cabeça mirando à frente, o movimento do tronco cria movimento articular na coluna cervical. Se os músculos trapézios estão “rígidos” com fadiga, a cabeça irá ter de rodar de um lado para o outro ou a cabeça irá permanecer fixa ao inibir o movimento na coluna torácica (muito mais provável).

Um exame efetivo e eficiente de todos os prováveis suspeitos, enquanto integrados com o resto do corpo é o exame 3D do movimento.

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